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Livro em braille da Turma da Mônica será distribuído em escolas de SP

Personagem da Turma da Mônica virou protagonista em novo livro: 500 instituições de ensino receberão a obra "Como Dorinha Vê o Mundo"
publicado: 13/05/2019 11h28, última modificação: 13/05/2019 11h28

Por Carina Brito
Para o site da Revista Galileu

Dorinha pode não enxergar, mas isso não significa que ela não conheça o que está em sua volta. "É através do tato, usando os dedos e as mãos, que os cegos começam a perceber o mundo”, diz a personagem no livro Como Dorinha Vê o Mundo, lançado no último dia 3, em um evento na Fundação Dorina Nowill, em São Paulo.

Feito em braille e com fonte ampliada para as pessoas com baixa visão, o livro será distribuído gratuitamente para 500 escolas da rede municipal de ensino de São Paulo. A iniciativa é uma parceria com o Instituto Mauricio de Sousa e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad).

Nesta primeira edição, foram produzidos 3 mil exemplares: eles começarão a chegar nas escolas neste mês. A ideia é que fiquem nas bibliotecas das escolas, disponíveis para todos os estudantes. O livro mostra como é a realidade de pessoas com deficiência visual, desde a leitura pelo braile até a prática de esportes.

Segundo Eliana Cunha, coordenadora da área de educação inclusiva da fundação, a intenção é que o livro seja trabalhado em toda a sociedade para que todos entendam como como é a vida de uma pessoa com deficiência visual — e como isso não significa que ela será menos capaz de fazer algo.

Quem foi Dorina Nowill

A paulistana nascida em maio de 1919 e ficou cega repentinamente aos 17 anos, em consequência de uma doença não diagnosticada. Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular no Brasil e viajou para os Estados Unidos para fazer cursos de especialização na Michigan State Normal School e no Teacher's College. Depois voltou ao Brasil e criou, em 1946, a então Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atual Fundação Dorina Nowill para Cegos (uma das maiores imprensas braille do mundo em capacidade de produção). Dorina Nowill faleceu em agosto de 2010, aos 91 anos.