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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/18268
Tipo: Tese
Título: Modelo de análise da posição subjetiva de docentes para manejo de conflitos relacionais na educação infantil
Autor(es): Gonzaga, Katherinne Rozy Vieira
Primeiro Orientador: Andrade, Fernando Cézar Bezerra de
Resumo: Atribui-se à escola, instituição social que sofreu mudanças nas concepções sobre suas funções sociais e pedagógicas, a responsabilidade de educar para a convivência e formar a sociabilidade. Essa expectativa demanda dos agentes educacionais novos modos de se posicionar e se relacionar: à escola cabe, na tarefa socializadora, mediar relações e conflitos entre indivíduos e grupos que lhe dão vida. Educar na escola presume oportunizar à criança sua autonomia, individuação e individualização – identidade de alteridade –, bem como o sentimento de pertencimento ao grupo e a uma comunidade, aspectos relevantes para a capacidade de conviver. Isso é ainda mais verdadeiro no caso da Educação Infantil, que se dedica à formação global das crianças. Por essa razão, o professorado da Educação Infantil requer uma formação específica, que deve se apoiar nas noções sobre o desenvolvimento intelectual, físico, social, afetivo e emocional, além do conhecimento sobre processos inconscientes implicado nesses processos de desenvolvimento. A biologia, a cultura e a história não exaurem a subjetividade e, neste, suas variáveis inconscientes. Nota-se que a subjetividade é uma variável relevante para o manejo de situações de conflitos relacionais e, em geral, ela é desconsiderada na formação continuada de docentes. Nesta tese, apresenta-se um modelo de análise para mapear a posição subjetiva de docentes da Educação Infantil no manejo de situações de conflitos relacionais em sala e na escola, e, com isso, orientar o trabalho de formação docentes continuada em grupo de reflexão, que favorece, na escola e considerando as experiências docentes, a mudança, quando necessária, da posição subjetiva de docentes da Educação Infantil. Presume-se que essa formação concorra para a superação de impasses ou limites no manejo profissional de conflitos relacionais entre discentes. Apoiado em um tripé teórico-metodológico que articula as dimensões cultural (sob as lentes do Estudo Culturais da Educação – ECE), pedagógica (utilizando-se de dispositivos propostos pela Pedagogia Institucional – PI) e psicanalítica (pelo viés winnicottiano), o modelo oportuniza mudanças subjetivas necessárias ao docente em formação continuada para o manejo de situações de conflitos relacionais em sala e na escola. Com isso, objetivou-se desenvolver um modelo de análise da posição subjetiva de docentes em torno dos impasses no manejo de conflitos relacionais em sala e na escola, como uma alternativa teórico-metodológica à formação docente continuada, à luz da teoria de Donald Winnicott. Analisando dados empíricos gerados pela aplicação do modelo em uma formação docente, observaram-se mudanças na posição subjetiva das docentes a partir dos seguintes indicativos: gradual identificação do(a) docente em formação com o grupo de trabalho; mudança (ou manutenção) do uso do grupo de reflexão (inicialmente, do eventual relacionamento com pedido de proteção, até, finalmente, o relacionamento com o grupo para trocas e interação social); conservação (ou recuperação) da espontaneidade individual (autonomia, segurança e confiança); desenvolvimento (ou manutenção) da consciência de si; e, na medida do possível, consciência das implicações da subjetividade para seu trabalho em sala de aula. Para tal, fez-se uma revisão da literatura, promovendo a interlocução entre os ECE, a PI e a psicanálise de Winnicott, com vistas a teorizar sobre o manejo de situações de conflitos relacionais na Educação Infantil; discutindo-se sobre a Educação Infantil no Brasil e sobre propostas teóricas e práticas relacionadas a formação docente continuada para o manejo dessas situações. A partir dessa revisão construiu-se um campo epistemológico e metodológico de trabalho, desenvolvendo o modelo de análise da posição subjetiva de docentes em torno dos impasses no manejo de conflitos relacionais em sala e na escola. A coleta de dados se deu através do trabalho em grupos de reflexão numa formação docente continuada com docentes da Educação Infantil da rede pública de um município do interior da Paraíba, ao longo do ano de 2018. Para a análise dos dados coletados na pesquisa utilizou-se o método da pesquisa-ação do tipo colaborativa, uma vez que esta favorecia, a atuação da pesquisadora e das participantes. Com intervenções no cotidiano escolar, promoviam-se a reflexão e a reformulação teórica e prática das docentes envolvidas nessa formação. O material analisado para ilustração do modelo foi extraído do registro de falas e expressões faciais, através da gravação em áudio e vídeo, posteriormente transcritas. Tais dados forma produzidos em entrevistas individuais e no grupo de reflexão. Os quatorze encontros do grupo de reflexão foram semanais com duração de três horas/aula cada. Os resultados da aplicação do modelo nessa formação docente ilustram que ele permitiu mapear a posição subjetiva das docentes diante das situações de conflitos relacionais, favorecendo o manejo da dinâmica grupal nos encontros de reflexão. Ademais, a análise detida da relação entre a posição subjetiva de três docentes, a s reações do grupo de reflexão representado para as docentes um espaço potencialmente profícuo à mudança de posição subjetiva de cada uma das três docentes, quando e no que lhes foi necessário, o que lhes favoreceu a superação dos impasses relatados e a criação de alternativas mais efetivas para o manejo. Para tanto, as figuras da pesquisadora-mediadora, do auditor externo e da instituição copartícipe, em suas especificidades, revelaram-se estruturantes e facilitadores à realização do modelo.
Abstract: Il est attribué à l'école, une institution sociale qui a souffert des changements dans les conceptions de ses fonctions sociales et pédagogiques, la responsabilité d'éduquer à la coexistence et de former la sociabilité. Cette expectative demande aux agents éducatifs de nouveaux modes de positionnement et de relation: l'école, dans la tâche de socialisation, est chargée de la médiation des relations et des conflits entre les individus et les groupes qui lui donnent vie. L'éducation à l'école suppose de donner à l'enfant l'opportunité de son autonomie, de son individualisation et de son individuation - identité d'altérité -, ainsi que du sentiment d'appartenance au groupe et à une communauté, aspects pertinents pour la capacité de vivre ensemble. Cela est encore plus vrai dans le cas de l'éducation de la petite enfance, qui est dédiée à l'éducation globale des élèves. Pour cette raison, les enseignants de l'éducation de la petite enfance ont besoin d'une formation spécifique, qui devrait être basée sur les notions de développement intellectuel, physique, social, affectif et émotionnel, en plus d'une connaissance des processus inconscients impliqués dans ceux processus de développement. La biologie, la culture et l'histoire n'épuisent pas la subjectivité et, en cela, ses variables inconscientes. Il est à noter que la subjectivité est une variable pertinente pour le traitement des situations de conflits relationnels et, en général, elle n’est pas prise en compte dans la formation continue des enseignants. Dans cette thèse, un modèle d'analyse est présenté pour cartographier la position subjective des enseignants de la petite enfance dans la gestion des situations de conflits relationnels en classe et à l'école et, avec cela, guider le travail de formation continue des enseignants dans un groupe de réflexion, qui favorise, à l'école et compte tenu des expériences pédagogiques, le changement, le cas échéant, de la position subjective des enseignants de la petite enfance. On suppose que cette formation contribue à surmonter les impasses ou les limites de la gestion professionnelle des conflits relationnels entre étudiants. Soutenu par un trépied théorico-méthodologique qui articule le culturel (sous le prisme des études culturelles en éducation - EPE), pédagogique (en utilisant des dispositifs proposés par la pédagogie institutionnelle - PI) et psychanalytique (à travers le biais de Winnicottian), le modèle offre des opportunités pour les changements subjectifs nécessaires aux enseignants en formation continue pour gérer les situations de conflits relationnels en classe et à l'école. Ainsi, l'objectif était de développer un modèle d'analyse de la position subjective des enseignants autour des impasses dans la gestion des conflits relationnels en classe et à l'école, comme alternative théorique et méthodologique à la formation continue des enseignants, à la lumière de la théorie de Donald Winnicott. En analysant les données empiriques générées par l'application du modèle dans la formation des enseignants, des changements ont été observés dans la position subjective des enseignants à partir des indications suivantes: identification progressive de l'enseignant en formation avec le groupe de travail; changement (ou maintien) dans l'utilisation du groupe de réflexion (initialement, de la relation éventuelle avec une demande de protection, jusqu'à, enfin, la relation avec le groupe pour les échanges et les interactions sociales); conservation (ou récupération) de la spontanéité individuelle (autonomie, sécurité et confiance); développement (ou maintien) de la conscience de soi; et, dans la mesure du possible, la prise de conscience des implications de la subjectivité pour leur travail en classe. À cette fin, une revue de la littérature a été réalisée, favorisant le dialogue entre ECE, IP et la psychanalyse de Winnicott, en vue de théoriser sur la gestion des situations de conflit relationnel dans l'éducation de la petite enfance; discuter de l'éducation des enfants au Brésil et des propositions théoriques et pratiques concernant la formation continue des enseignants pour la gestion de ces situations. À partir de cette revue, un champ de travail épistémologique et méthodologique a été construit, développant le modèle d'analyse de la position subjective des enseignants autour des impasses dans la gestion des conflits relationnels en classe et à l'école. La collecte de données a eu lieu à travers le travail dans un groupe de réflexion dans une formation continue des enseignants avec des enseignants de l'éducation de la petite enfance dans le réseau public d'une municipalité à l'intérieur de Paraíba, tout au long de 2018. Pour l'analyse des données recueillies dans la recherche, la méthode de recherche-action de type collaboratif a été utilisée, car elle favorisait la performance du chercheur et des participants. Les interventions dans la routine scolaire ont favorisé la réflexion et la reformulation théorique et pratique des enseignants impliqués dans cette formation. Le matériel analysé pour l'illustration du modèle a été extrait de l'enregistrement des discours et des expressions faciales, grâce à l'enregistrement audio et vidéo, plus tard transcrit. Ces données ont été produites dans des entretiens individuels et dans le groupe de réflexion. Les quatorze réunions du groupe de réflexion étaient hebdomadaires, d'une durée de trois heures-classe chacune. Les résultats de l'application du modèle dans cette formation pédagogique ont montré qu'il permettait de cartographier la position subjective des enseignants face à des situations de conflits relationnels, favorisant la gestion de la dynamique de groupe dans les réunions de réflexion. En outre, l'analyse minutieuse de la relation entre la position subjective de trois enseignants, les réactions du groupe de réflexion à la participation de ces enseignants et la médiation du chercheur a démontré que le groupe de réflexion représentait pour les enseignants un espace potentiellement fructueux pour le changement de position subjective de chacun des trois enseignants, quand et dans ce qui était nécessaire, ce qui les a favorisés pour surmonter les impasses signalées et créer des alternatives de gestion plus efficaces. A cet effet, les figures du chercheur-médiateur, de l'auditeur externe et de l'institution coparticipante, dans leurs spécificités, se sont avérées structurantes et facilitant la réalisation du modèle.
ABSTRACT - The responsibility of educating for coexistence and forming sociability is attributed to the school, a social institution that has undergone changes in the conceptions about its social and pedagogical functions. This expectation demands from educational agents new ways of positioning and relating: the school, in the socializing task, is in charge of mediating relationships and conflicts between individuals and groups that give it life. Educating at school presumes to give the child the opportunity for his autonomy, individuation and individualization - identity of alterity -, as well as the feeling of belonging to the group and to a community, relevant aspects for the ability to live together. This is even more true in the case of Early Childhood Education, which is dedicated to the global education of students. For this reason, the teachers of Early Childhood Education require specific training, which should be based on the notions of intellectual, physical, social, affective and emotional development, in addition to knowledge about unconscious processes involved in these development processes. Biology, culture and history do not exhaust subjectivity and, in this, its unconscious variables. It is noted that subjectivity is a relevant variable for the management of situations of relational conflicts and, in general, it is disregarded in the continuing education of teachers. In this thesis, an analysis model is presented to map the subjective position of Early Childhood Education teachers in the management of situations of relational conflicts in the classroom and at school, and, with this, guide the work of continuing teacher education in a reflection group, that favors, at school and considering the teaching experiences, the change, when necessary, of the subjective position of teachers of Early Childhood Education. It is assumed that this training contributes to overcoming impasses or limits in the professional management of relational conflicts between students. Supported by a theoretical-methodological tripod that articulates the cultural dimensions (under the lens of Cultural Studies in Education - ECE), pedagogical (using devices proposed by Institutional Pedagogy-PI) and psychoanalytic (through the Winnicottian bias), the model provides subjective changes necessary for teachers in continuing teacher education to manage situations of relational conflicts in the classroom and at school. With that, the objective was to develop a model of analysis of the subjective position of teachers around the impasses in the management of relational conflicts in the classroom and at school, as a theoretical-methodological alternative to continuing teacher education, in the light of Donald Winnicott's theory. Analyzing empirical data generated by the application of the model in teacher training, changes were observed in the subjective position of teachers from the following indications: gradual identification of the teacher in training with the work group; change (or maintenance) of the use of the reflection group (initially, from the eventual relationship with a request for protection, until, finally, the relationship with the group for exchanges and social interaction); conservation (or recovery) of individual spontaneity (autonomy, security and trust); development (or maintenance) of self-awareness; and, as far as possible, awareness of the implications of subjectivity for their work in the classroom. To this end, a literature review was carried out, promoting the dialogue between ECE, IP and Winnicott's psychoanalysis, with a view to theorizing about the management of relational conflict situations in Early Childhood Education; discussing child education in Brazil and theoretical and practical proposals around continuing teacher education for the management of these situations. From this review, an epistemological and methodological field of work was built, developing the model for analyzing the subjective position of teachers around the impasses in the management of relational conflicts in the classroom and at school. Data collection was done through reflection group work in a continuing teacher education with teachers of Early Childhood Education in the public network of a municipality in the interior of Paraíba, throughout 2018. For the analysis of the data collected in the research, the collaborative-type research-action method was used, since it favored the performance of the researcher and the participants. With interventions in the school routine, reflection and theoretical and practical reformulation of teachers involved in this training were promoted. The material analyzed for illustration of the model was extracted from the record of speeches and facial expressions, through audio and video recording, later transcribed. Such data were produced in individual interviews and in the reflection group. The fourteen meetings of the reflection group took place weekly, lasting three hours/class each. The results of the application of the model in this teacher education illustrated that it allowed mapping the subjective position of teachers in the face of situations of relational conflicts, favoring the management of group dynamics in reflection meetings. Furthermore, the careful analysis of the relationship between the subjective position of three teachers, the reactions of the reflection group to the participation of these teachers and the researcher's mediation evidenced that the reflection group represented for the teachers a potentially fruitful space for the change of subjective position of each of the three teachers, when and in what was needed, which favored them to overcome the reported impasses and to create more effective alternatives for management. To this end, the figures of the researcher-mediator, the external auditor and the co-participant institution, in their specificities, proved to be structuring and facilitating the realization of the model.
Palavras-chave: Modelo de formação docente continuada
Posição subjetiva
Docentes da educação infantil
Manejo de conflitos relacionais
Contribuições da psicanálise para a educação
Modèle de formation continue des enseignants
Position subjective
Enseignants en éducation de la petite enfance
Gestion des conflits relationnels
Contributions de la psychanalyse à l'éducation
Model of continuing teacher education
Subjective position
Early childhood education teachers
Management of relational conflicts
Contributions of psychoanalysis to education
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal da Paraíba
Sigla da Instituição: UFPB
Departamento: Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Tipo de Acesso: Acesso aberto
URI: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
URI: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/18268
Data do documento: 20-Mar-2020
Aparece nas coleções:Centro de Educação (CE) - Programa de Pós-Graduação em Educação

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