Cátedra UNESCO de Educação de Jovens e Adultos

O papel dos recursos naturais no enfrentamento da pandemia COVID-19 na América Latina e no Caribe


O papel dos recursos naturais no enfrentamento da pandemia COVID-19 na América Latina e no Caribe
Publicado no dia 15/09/2020 13:07

Publicado por Juan Carlos da Silva

 

I. ANÁLISE INTEGRADA DAS IMPLICAÇÕES DA COVID-19 NOS RECURSOS NATURAIS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE

A pandemia COVID-19 produziu impactos sociais e econômicos em larga escala em escala regional e global. As consequências diretas das medidas de restrição à mobilidade aplicadas pelos governos da região são bem conhecidas, mas as principais relações dos recursos naturais com os fatores precursores, a propagação dos contágios e os impactos dos danos ambientais não foram explorados em maior detalhe. mesmo vírus. A relação dos recursos naturais com a pandemia COVID-19 é muito diversa (Diagrama I.1). Por um lado, são fatores essenciais para o controle da crise (alimentos, água potável, biodiversidade e eletricidade) e, por outro, são impactados por suas consequências (uso de combustíveis, minerais, etc.). O acesso à água potável é essencial porque a lavagem das mãos é uma das principais medidas para prevenir o crescimento de infecções; a energia e a eletricidade são essenciais para garantir o abastecimento de água e as condições de vida das habitações, bem como para garantir o funcionamento dos hospitais; a atividade agrícola é a base para a manutenção da segurança alimentar; e, por último, os recursos naturais não renováveis ​​têm grande importância macroeconômica na maioria das economias da América Latina e do Caribe.

As medidas de quarentena têm causado uma diminuição temporária e sustentada no uso de combustíveis e, portanto, nas suas emissões e poluição associada, bem como na exploração dos recursos. COVID-19 é uma doença zoonótica (transmitida de animais para humanos), mas se espalhou de humanos para humanos com muita facilidade devido à alta superlotação e conectividade de nossa estrutura social. Parte do problema das doenças zoonóticas, às quais pouca atenção foi dada até agora, é que as fronteiras naturais continuam a ser deslocadas, assim como fragmentam, destruem e degradam ecossistemas que têm a capacidade de “controlar” a disseminação de doenças. Em todos os estudos que exploram as causas da propagação de doenças zoonóticas, a mudança no uso da terra é a maior (Gottdenker, 2014). Os cinco primeiros fatores são: mudanças no uso da terra (fragmentação e degradação dos ecossistemas), mudanças na indústria de alimentos, suscetibilidade humana e conectividade internacional (viagens) (Suzan, 2020). Uma alta diversidade de espécies, característica de ecossistemas saudáveis, regula a abundância daqueles que atuam como reservatórios primários de vírus, reduzindo a transmissão de patógenos. As evidências indicam que a conservação da biodiversidade e de seus serviços ecossistêmicos é necessária para proteger a saúde humana direta e indiretamente.

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