Nas últimas décadas, a globalização acelerou a um ritmo vertiginoso. O fenômeno é marcado por uma forte ambivalência: por um lado, a globalização aproxima os Estados e os cidadãos ao permitir uma cooperação frutífera em múltiplos domínios; por outro lado, cria desequilíbrios, alimenta medos e gera tensões. O populismo, o discurso de ódio e a retórica excludente prosperam na ansiedade gerada por desigualdades socioeconômicas, migração forçada, reestruturação social e desafios ambientais.
Neste Dia Internacional da Tolerância, lembremos que a diversidade cultural faz parte do tecido da sociedade humana. É uma força e um condutor do desenvolvimento. É um benefício do qual todos podemos tirar proveito, desde que aprendamos a nos entender, que possamos ver o que é universal em todas as culturas e que adotemos uma atitude de tolerância em relação ao que a princípio parece estranho para nós.
A tolerância não deve ser entendida como uma resistência de pessoas cujas características diferem das nossas; em vez disso, deve ser entendida como uma prontidão para respeitar e apreciar os outros, para compreender plenamente o valor de outras culturas e para reconhecer os inalienáveis direitos iguais de todos os seres humanos. Conforme definido na Declaração de Princípios sobre a Tolerância, aprovada pela UNESCO em 1995:
“A tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos”.
De imediato, tanto uma virtude moral quanto um princípio político, a tolerância é um sólido baluarte contra o racismo e todas as outras formas de discriminação. É um veículo para a paz, que devemos cultivar e fortalecer. Foi com esse espírito que foi criado o Prêmio UNESCO-Madanjeet Singh para a Promoção da Tolerância e Não Violência. Os vencedores do Prêmio em 2018 são a cineasta canadense Manon Barbeau, que criou um programa de estúdio de música e vídeo móvel para aumentar a conscientização sobre a diversidade de culturas e línguas indígenas, e a ONG queniana Coexist Initiative, que trabalha para defender os direitos das mulheres e combater estereótipos de gênero.
Que tais esforços sejam uma inspiração para todos nós e um incentivo para cultivar a tolerância agora e sempre.
Mensagem da diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, por ocasião do Dia Internacional da Tolerância, 16 de novembro de 2018.
FONTE: Representação da UNESCO no Brasil
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